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Quarta, 09 de fevereiro de 2011, 08h31
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Ambulantes: confronto no Centro

O Centro de Cuiabá parou na tarde de ontem, por volta das 15h, durante um confronto entre policiais militares, fiscais da prefeitura e camelôs na rua 13 de Junho. O tumulto começou quando a fiscalização, encabeçada pelas secretarias municipais de Tributos e de Meio Ambiente, retirava as barracas de seis camelôs da calçada da rua. As bancas estavam em situação irregular e obstruíam a via.

 

Os ânimos se exaltaram e um fiscal acabou agredido. O suspeito de ter cometido a agressão, o camelô João Pedro, foi detido. Ele assinou um termo circunstanciado de ocorrência e foi liberado.

 

Policiais militares efetuaram disparos de arma não-letal para cima na tentativa de dispersar a multidão. Quatro camelôs também se feriram. Outros ambulantes protestaram após a passagem da fiscalização pela praça Ipiranga. Eles bloquearam a rua 13 de Junho por duas horas em retaliação à forma como ocorreu a fiscalização.

 

Um dos camelôs agredidos disse à reportagem que a polícia agiu de forma truculenta. Reginaldo Bonifácio da Silva, de 51 anos, foi atingido com spray de pimenta nos olhos. “É uma covardia o que a polícia fez com a gente”, confirmou. Outro ferido foi Diego Nascimento Resende. Os braços dele ficaram marcados pelo spray de pimenta. “A fiscalização não apresentou nenhum documento que tínhamos que sair. Eles (policiais) chegaram fazendo a confusão”, revelou o ambulante. A mercadoria das seis barracas foi apreendida e levada à Polícia Federal.

 

A presidente da Associação dos Camelôs e Vendedores Ambulantes de Cuiabá, Aparecida Ribeiro de Oliveira, lamentou o ocorrido e disse que a associação vai ingressar na Justiça com uma ação de danos morais em prol dos camelôs. “Eles não são bandidos, mas, apenas trabalhadores. Vamos também procurar o secretário para ver por que isso aconteceu”, garantiu a representante. A reportagem conversou com outros camelôs. Eles explicaram que não têm alvará de funcionamento para trabalhar na calçada da 13 de Junho, mas apenas um cadastro expedido pela prefeitura de Cuiabá. Cada barraca possui 1,5 metro de comprimento.

 

OUTRO LADO – A assessoria de imprensa da Secretaria de Meio Ambiente disse que o objetivo da operação era quantificar o número de barracas populares. Para a Smades, o tumulto ocorreu quando se percebeu que havia “seis novas barracas irregulares vendendo produtos piratas”. A Pasta vetou a instalação de novas barracas e cadastros de camelôs. Para o comandante regional da PM, Walter Silveira dos Santos, a polícia agiu de forma correta. “Agimos assim porque os policiais foram recebidos de forma agressiva”, disse. Imagens de uma câmera da própria PM instalada na avenida vão compor um inquérito militar para apurar se houve abuso dos PMs durante a ação.

 

A Câmara de Dirigentes Lojistas defende que os camelôs sejam transferidos para a área hoje ocupada pelo terminal do CPA II. (Veja esta e outras notícias no site www.diariodecuiaba.com.br)

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