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Terça, 29 de março de 2011, 09h32
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ATACAREJO: gastos são até 50% menores

*Lojas que atendem no atacado e no varejo ampliam a atividade em Cuiabá e beneficiam consumidores, que percebem uma economia relevante na hora de pagar a conta 

 

 

O sistema de vendas por atacado para o consumidor final ganha mercado no país e em Cuiabá. O "atacarejo", como são chamados os supermercados que vendem tanto no atacado quanto em pequenas quantidades, é a escolha de pequenos comerciantes, transformadores, como donos de restaurantes, lanchonetes, hotéis, e também do cliente comum, que para economizar o valor final da conta abre mão de alguns serviços e consegue fechar o mês com custo até 50% menor na aquisição de produtos alimentícios, limpeza, higiene pessoal entre outros. O segmento é o considerado o que mais cresce, deixando para trás os supermercados e hipermercados.

 

O consultor de Varejo, Sebastião Félix, destaca que o atacarejo foi criado para atender um público específico, mas que no Brasil ele se popularizou e caiu no gosto dos consumidores domésticos. "O alvo era os pequenos revendedores e os transformadores, mas os clientes finais descobriram as vantagens e hoje o atacadista disputa mercado com os supermercados varejistas".

 

Prova do crescimento deste setor é a abertura de novas lojas e a variação de algumas empresas que já atuam no molde tradicional para versões atacarejo. Em Cuiabá, a grupo Fort Atacadista inaugurou uma loja no final de 2010, iniciando sua atuação no Estado. O Atacadão, que já atua na Capital, está construindo mais uma unidade e pretende inaugurar até o fim de 2011 uma loja no trevo da Rodovia Emanuel Pinheiro, que dá acesso à Chapada dos Guimarães.

 

Além do crescimento das empresas tradicionais com este foco de mercado, outras que trabalham com supermercados e hipermercados ou com as chamadas lojas de vizinhança, presente nos bairros, começam a diversificar a atuação. A rede Modelo planeja abrir no fim do primeiro semestre deste ano duas lojas atacarejo, uma em Cuiabá e outra em Cáceres (a 225 km da Capital). O diretor da rede, Altevir Magalhães, afirma que o objetivo é atender os clientes institucionais e consequentemente uma parcela do público comum.

 

"É uma tendência os clientes migrarem para este segmento em busca de melhores preços, mesmo que para isso tenham que abrir mão de serviços como açougue ou padaria". A rede de supermercados Compre Mais, que atua nos bairros da Capital e de Várzea Grande com lojas de menor porte, também inaugura no próximo mês uma unidade atacadista.

 

Concorrência - A ampliação no número de empresas atuando no mercado local aprovada pela clientela. Wiclei Melo, 40, é proprietário de uma mercearia no bairro Pedra 90 e recorre ao atacarejo para comprar determinados produtos. Segundo ele, a variação do lucro depende da mercadoria, que no caso do arroz, por exemplo, não ultrapassa a margem de 10% para garantir a revenda, mas que em outros casos, a margem pode chegar a 30%. Com relação ao aumento no número de lojas, Wiclei avalia positivamente. "A concorrência é saudável para os consumidores, que podem exigir mais e ter menores preços".

 

Outro pequeno empresário, Geneílson Rodrigues Silva, 26, possui dois pequenos mercados em Cuiabá e aproveita a disponibilidade de diferentes redes para pesquisar os valores e consequentemente economizar na hora de abastecer suas unidades. "Percorro as lojas de atacado com a calculadora na mão para conferir quais preços estão mais vantajosos para depois revender".

 

Preço x serviços - A secretária Marcele Ayala geralmente faz as compras mensais em supermercados que vendem por atacado porque economiza de R$ 150 a R$ 200 no fim das contas. Ela, porém, não esconde que mais serviços poderiam ser oferecidos e assim outros produtos poderiam ser levados. "Se tivesse um açougue para cortar os pedaços de carne no tamanho adequado nem precisaria ir em outros supermercados. Faz falta alguns detalhes", confessa a consumidora.

 

Para o casal Sebastiana Souza, 33, e Reginaldo Alvares, 33, a diferença no atendimento compensa pela economia adquirida. "A cada 3 meses fazemos a compra e gastamos R$ 600. Se vamos no supermercado normal gastamos R$ 400 por mês e ainda não abastece suficientemente", ressalta ao comentar que consegue economia de até 50% por mês.

 

O presidente da Associação Mato-grossense de Supermercados (Asmat), Kássio Catena, acredita que o momento atacarejo já passou e que a tendência é a busca por empresas que ofereçam mais serviços e conforto na hora de comprar. "A partir de agora as lojas devem reduzir a expansão. As unidades de autoserviços estão se readequando para oferecer comodidade aos clientes".

 

Apesar do crescimento, o atacarejo não é unanimidade. A professora Aparecida Maria Magalhães, 58, afirma que nem sempre os preços compensam e as vezes na ponta do lápis a diferença não é satisfatória. "Tem produtos mais baratos, mas também tem coisas mais caras. O cliente tem que pesquisar e pesar o que vale a pena e que não compensa ser comprado neste tipo de estabelecimento".

 

Para o auxiliar de contabilidade, Eniezer Batista, 41, a vantagem é consequência da opção de poder levar os artigos em grandes quantidades, o que diminui o valor. "É preciso fazer um levantamento. Mas a possibilidade de comprar caixas fechadas em que os preços unitários são menores faz valer a pena".

 

Dentro do atacarejo - A variação entre a mercadoria comprada por unidade e a que vem em caixa ou fardo é significativa quando adquirida nos supermercados que atendem no atacado e no varejo. No caso do açúcar (pacote avulso de 2 kg), que custa R$ 3,29 a economia pode ser de 1% quando comprado um pacote contendo 10 unidades, em que cada uma sai por R$ 3,24. O sabão em barra, no entanto, tem uma redução de R$ 3,34 para R$ 2,95 se comprado em caixa com 24 pacotes, uma economia de 13%.

 

Nesta briga por clientela, a alternativa para os supermercados tradicionais está nas promoções e agregação de valor, com oferta de serviços de entrega, restaurantes e diversificação de marcas. (Veja esta e outras notícias no www.gazetadigital.com.br)

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