Para o Setor de Comércio mato-grossense, gerenciar os estoques das lojas ainda é desafio e traz elevado custo para as empresas. Conforme coloca o gerente de logística do Grupo Todimo, Paulo Rogério Zanoli, um número elevado de segmentos comerciais do Estado compra no Sul e Sudeste, regiões de localização da maior parte das empresas produtoras.

“Este quadro propicia um passivo, relativo a estoque, até 30% maior do que uma empresa mais próxima dos centros produtores ou que conta com melhor modal de transporte”, esclarece. Além do passivo maior, pode-se citar também: mais despesas por causa da grande estocagem; variação de tempo na saída da mercadoria, ficando algumas estocadas por mais tempo do que o previsto, entre outros fatores que agregam custo para as empresas e para consumidores. “

Zanoli explica que neste contexto relativo à distância, os empresários enfrentam grandes problemas. “Dimensionar a demanda mais o tempo de produção e envio, além do quanto devemos e temos que manter no estoque é uma operação normal de qualquer empresa, mas no caso das de Mato Grosso, por exemplo, temos mais desafios pela distância a que estamos dos fornecedores e ineficiência de transporte: os atrasos interferem na reposição de estoque e atendimento a pedidos de consumidores”, informa o gerente de logística, apontando que a dimensão do problema é equivalente a quantas unidades comerciais estão sujeitas a estas condições. “O Grupo Todimo tem 18 lojas no Brasil, das quais 14 são em Mato Grosso”, esclarece.

Paulo Gasparoto, que é presidente da CDL Cuiabá lembra que estes custos são repassados aos consumidores, “portanto melhor logística é fator de redução de preços na ponta final. Outra opção é dispor, cada vez mais, de indústrias no Estado”.

Ele aponta ainda que a verticalização da produção em Mato Grosso já vem acontecendo, por meio de vários incentivos do Governo. E acredita que nos próximos 10 anos, uma lista significativa de produtos vendidos no Varejo de Mato Grosso vai fazer parte da produção mato-grossense. “No entanto, é sabido que, mesmo que haja incentivos interessantes, indústrias que tenham matérias-primas mais fáceis em outras regiões, não terão por que vir para nosso Estado. E, em outros casos, temos enormes vantagens em relação ao Brasil, a exemplo do que acontece quando o assunto é o algodão como matéria-prima, no qual somos campeões em produção”, avalia.

Gasparoto coloca também que “a chegada da Ferronorte melhorará muito este quadro, para alguns setores, pois estabelecerá preços competitivos enquanto modal de transporte. No ciclo de custos para o Comércio esta vinda da ferrovia impactará em: possibilidade redução de custos para as empresas e, a partir daí, na ponta final, ou seja, para o consumidor. E melhoria na administração logística para as lojas”.

Zanoli acrescenta que além do ferroviário, o modal hidroviário também influenciará positivamente. Tendo os três modais, a própria competitividade estabelece a busca destas empresas de transporte pela qualidade, agilidade (sendo o tempo entre o pedido e chegada da mercadoria item de avaliação e escolha pelo melhor transporte) e oferta de bons preços para que as empresas façam seus transportes por meio de algum deles.

            Se antes este era um assunto que, tecnicamente, era mais fortemente trabalhado pelas indústrias, no Comércio há muito tempo a questão vem crescendo como preponderante nos lucros e administração do negócio. A gestora de treinamento da CDL Cuiabá, Elenir Nunes, mostra que a preocupação com a questão é crescente por parte das empresas. “Se há dois anos tínhamos uma relativa quantidade de solicitações por cursos na área de gestão de estoque logística, mais por parte de empresas do Comércio, atualmente as solicitações cresceram 100% e antecipadamente à data usual de acontecimento deste treinamento”. (Assessoria de Imprensa CDL Cuiabá: Honéia Vaz)

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