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Notícias / INSEGURANÇA
Quarta, 29 de abril de 2015, 12h44
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Falta de segurança prejudica comerciantes na área central

Por: Reportagem Jornal A Gazeta

Comerciantes da área central de Cuiabá estão indignados com a falta de segurança pública. O aumento do número de arrombamentos, roubos e assaltos na região esse ano tem gerado pânico a trabalhadores e empresários que são obrigados a investir ainda mais na segurança privada.

Mesmo com a presença do posto da Companhia de Polícia Militar do Centro Histórico de Cuiabá, grades, câmeras, segurança armada e cercas elétricas não têm afastado os criminosos. Na região existem inúmeros casarões abandonados e a presença de muitos usuários de drogas, que na maioria dos casos acaba sendo os responsáveis pela criminalidade.

José Júlio Tavares, 40, proprietário de um comércio próximo à Praça da Mandioca, no centro, já foi alvo de arrombamento pela segunda vez em menos de um mês esse ano. Ele conta que o problema não é novo, mas que nos últimos meses a situação tem piorado. “O meu caso é um entre mil registrados na região, mas o que é frustrante é a falta de resposta do poder público a essa situação”. Conforme ele, na última tentativa de roubo, que ocorreu nessa semana, parte do telhado e do gesso do seu estabelecimento foi destruída pelos ladrões. “Essa situação nos deixa desanimados. A gente tem que investir, quer resgatar o gosto da população em frequentar a região, mas desse jeito tem sido difícil”. O empresário conta que já gastou cerca de R$ 600 para arrumar o forro no início do mês e agora terá que desembolsar ainda mais pois além de arrumar o forro novamente, vai reforçar o sistema de segurança.

Uma empresária, que não quis se identificar e possui um estabelecimento próximo ao conhecido “Beco do Candeeiro”, na área do Centro Histórico, afirmou que já teve seu comércio arrombado mais de 30 vezes. Só esse ano já foram quatro. “A gente fica refém do medo, da insegurança. Os bandidos agem e continuam soltos e a gente que é do bem tem até medo de denunciar porque a impunidade é grande”.

O diretor da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL-Cuiabá), Ozair Bezerra confirma o aumento no número de crimes praticados na área central. Conforme ele, os casos tem gerado grandes prejuízos e desanimado quem trabalha na região. Bezerra explica que a Companhia da Polícia no Centro Histórico era um sonho antigo dos milhares de lojistas e, principalmente, da população em geral que usa o centro comercial da Capital para fazer suas compras, além dos próprios moradores daquela área. Porém, a falta de efetivo na companhia é uma realidade que contribui para o crescimento dos crimes na região. “Nós temos a boa vontade dos policiais que ali estão, mas é um número insuficiente”.

Para ele, a solução para inibir crimes é apenas uma, a presença ostensiva da polícia na rua. Ozair Bezerra lembra que situações que ocorrem operações que envolvem um maior número do efetivo a criminalidade chega a zero na região. “Isso prova que precisamos de mais policiais na área central”.

Prova da falta de efetivo na região é o caso do empresário José Júlio Tavares, que no último arrombamento sofrido em seu estabelecimento, a PM chegou ao local apenas 20 minutos depois. “A Companhia fica cerca de 500 metros do meu comércio”. O diretor da CDL explica que em muitos outros casos houve registros de que a PM teria demorado até 2h para atender ocorrências na região. Segundo ele, quando questionada, a PM afirma que não havia efetivo ou até mesmo viatura disponível no momento da ocorrência. “Várias vezes o efetivo aqui da região precisa dar reforços a outros bairros”. Segundo o representante do comércio, um novo pedido de aumento no efetivo da companhia foi feito à PM e ao Estado. “Aguardamos um maior número de policiais no centro da cidade”.

PRIVADA - Enquanto isso, comerciantes cansados dos prejuízos e desacreditados da segurança pública decidem investir mais na segurança. No calçadão Antônio Maria Coelho, os comerciantes também reclamaram da falta de segurança. O proprietário de uma loja de roupas disse que os comerciantes da rua pagam um segurança particular para fazer rondas durante o dia e à noite. Cada loja, segundo o proprietário, desembolsa entre R$ 300 a R$ 600 por mês para pagar o segurança particular. O proprietário de uma loja de artigos para festas, João Miranda, afirmou que após três arrombamentos, teve que melhorar a segurança com a implantação de um sistema de monitoramento eletrônico com investimentos acima de R$ 3 mil."E cada vez mais temos gastado com melhorias no sistema".

OUTRO LADO - Por meio de nota, a Polícia Militar informou que são feitas rondas ao longo de todo o período diurno e noturno na área citada na reportagem. Para esse trabalho, a PM conta com 10 policiais, três viaturas para atender a região que estende por todo perímetro do Centro Histórico de Cuiabá até o bairro Porto, “sendo que uma delas fica de prontidão na praça Ipiranga, durante o dia, considerada como ponto estratégico na área de policiamento, salvo quando está em atendimento de ocorrências criminais”, diz trecho da nota.

Além disso, a PM informou que o trabalho é reforçado com o policiamento ciclístico e de motocicleta. Afirmou ainda que parte dessas ocorrências registradas é de pequenos furtos e uso de álcool e drogas, praticados, muitas vezes, por próprios frequentadores da região. “Nesses casos, o problema perpassa por outras questões, ligadas à área de saúde, assistência social, dentre outras. E que na ausência ou inoperância delas acabam resultando em problemas de polícia”.

A Prefeitura de Cuiabá afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que uma equipe técnica da Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano de Cuiabá realiza o programa “Abordagem Solidária”. O objetivo é a assistência aos moradores de ruas convidadas a pernoitar nos abrigos públicos da Prefeitura de Cuiabá, onde recebem roupas limpas, cobertores, condições de higiene e alimentação. No entanto, segundo a assessoria, os mesmos não são obrigados a permanecerem no local e acabam retornando às ruas.

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