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Segunda, 23 de maio de 2011, 08h04
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Inflação: comércio sente a desaceleração

A inflação é uma das principais preocupações do governo federal. Para freá-la vem tomando medidas para conter o consumo e a mais tradicional delas é elevar o custo do crédito e a taxa básica de juros, a Selic. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojista (CDL) de Cuiabá, Paulo Gasparoto, as medidas de contenção de consumo adotadas já estão surtindo efeito, com repercussão nas vendas. “O comércio já está sentindo a desaceleração do consumo”, diz.

Em abril, segundo ele, o incremento das vendas ficou 6,4%, abaixo do índice de 2010. “Taxas de crescimento de 8%, 9% e 10% dificilmente serão alcançadas a partir de agora”. Para ele, 2010 foi um ano extraordinário para vendas. “Mas, preferimos vender menos, sem corrermos o risco de inflação alta. Não é interessante para o comércio ter taxas de crescimento elevada e, ao mesmo tempo, consumidores endividados e sem capacidade de crédito”.

Gasparoto diz que o comércio está preparado para a nova realidade. “O empresário está capitalizado e em condições de enfrentar uma possível desaceleração. Acredito que se todos derem uma parcela de colaboração a inflação volta ao centro da meta no segundo semestre do ano”. Para o presidente da CDL, os produtos que vão sentir mais os efeitos das medidas anticonsumo são os bens duráveis, eletrodomésticos e veículos.

MEMÓRIA – Na opinião do vice-presidente da Federação do Comércio do Estado, Roberto Peron, o brasileiro ainda preserva a “memória inflacionária, um efeito mais psicológico do que real sobre a inflação”. Para ele, a inflação existe, “mas não é tão preocupante como vem sendo colocada pelo governo federal”.

Ele também aponta que a União tem adotado medidas de controle e redução das facilidades de crédito, como a redução dos prazos de financiamento e a elevação das taxas de juros. Peron entende que o consumidor precisa planejar melhor seus gastos e evitar o endividamento desnecessário.

Ele diz que o comércio está preparado para absorver as medidas do governo e recomenda cautela por parte dos empresários: “O comércio deve evitar grandes estoques e comprar só o necessário”.

SERVIÇOS – O setor de serviços vem exercendo as principais influências sobre a disparada da inflação, o que preocupa os economistas. A preocupação é que o pensamento dos consumidores e de empresários com o possível avanço da taxa da inflação gere aumento de preços antecipados.

“O cidadão comum não entende o fenômeno mês a mês ou acumulado. Ele acaba retro-alimentando as pressões inflacionárias sem que elas já estejam atuando”, disse o economista Niedson Marques.

FANTASMA – Em meados da década de 80 até início dos anos 90, o Brasil viveu um período de intensa pressão inflacionária. Os preços dos supermercados, por exemplo, subiam diariamente e havia uma corrida às compras como forma de evitar os preços remarcados do dia seguinte. Além das altas impetuosas, houve momentos de escassez e racionamento nas vendas de alguns alimentos, como o leite, limitado por pessoa. Para driblar índices acima de 1.000%, vários planos econômicos foram apresentados, o dinheiro brasileiro mudou de nome inúmeras vezes e apenas com a implantação do real, a partir de junho de 1994, é que se deu início ao processo de estabilização da economia. Veja esta e outras notícias no
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