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Segunda, 06 de junho de 2011, 17h43
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Inflação e condução da política monetária seguem no foco para junho, diz Fator

O mês de junho começou e pouca coisa mudou na economia brasileira, pelo menos na visão do banco Fator. Para o economista-chefe José Francisco de Lima Gonçalves, o Banco Central continua sendo o centro das atenções e o mercado segue avaliando os dois instrumentos mais recorrentes na condução da política monetária do País: taxa de juros e medidas macroprudenciais.

 

A inflação ainda assusta, muito embora ela tenha dados sinais de melhora. As expectativas observadas no Relatório Focus continuam apresentando projeções acima da meta para 2011 e 2012, mas já há a projeção de que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) consiga recuar no acumulado de 12 meses, após avanço.

 

O economista-chefe da instituição acredita que o divisor de águas será o avanço da inflação e os indicadores de atividade. E nesse ponto, o mercado de trabalho ainda aparece como um ponto de preocupação, uma vez que ainda se encontra muito apertado.

 

Indexação - Como a expectativa de preços é formada com base na inflação passada, o efeito da indexação no Brasil ganha contornos ainda mais preocupantes. O Governo tem optado por manter o investimento em detrimento do consumo, o que para Gonçalves parece ser uma opção inteligente.

 

"Inibir o investimento a título de conter a demanda de modo mais eficaz tem a implicação de prejudicar o crescimento potencial adiante. Implica empurrar a pressão de demanda para a frente e não criar condições mínimas para atenuar tal pressão pelo aumento da capacidade", coloca o economista.

 

Porém, a discussão acerca do fim da indexação na economia brasileira parece revelar um cenário cada vez mais distante da realidade. Para Gonçalves, esse problema só deve acabar quando a inflação for praticamente irrelevante, quando a inflação passada, corrente e esperada for muito baixa, tornando a indexação um "peso morto". Isso, contudo, parece ser uma probabilidade muito improvável de ocorrer no caso brasileiro.

 

Dois instrumentos -  A condução da política monetária também tem levantado dilemas. O uso das medidas macroprudenciais não é um sucesso consensual e a polêmica ainda existe. Na linha mais ortodoxa, a posição é que esse mecanismo pode criar um custo desnecessário para o sistema financeiro. Além disso, há sempre o temor do desconhecido, já que os efeitos dessas medidas ainda carecem de evidências robustas.

 

Portanto, a saída seria não adotar tais medidas agora, esperando o momento em que a inflação não fosse mais um problema, o que para Gonçalves não traz uma solução muito produtiva.

 

"A diferença é que a indexação é um mecanismo de defesa de cada um que pode criar um problema para todos, enquanto as medidas macroprudenciais são um mecanismo de defesa de todos que pode criar problema para alguns", enfatiza.

 

Projeções - Assim, em meio aos questionamentos econômicos, o banco Fator vê a continuidade do ciclo de aperto monetário, com mais duas elevações da Selic, ambas de 25 pontos-base, o que levaria à taxa básica de juros a 12,5% ao ano. Veja esta e outras notícias no www.infomoney.com.br

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