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Segunda, 18 de outubro de 2010, 15h27
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Negócios que dão certo

Engana-se quem pensa que micro e pequeno negócio refere-se apenas a estabelecimento comercial e prestação de serviços. A indústria da transformação também não tem limite de tamanho e muitas das grandes começaram as atividades com a mão-de-obra contada, poucos fornecedores e um número reduzido de clientes. Nas cidades é comum encontrar as chamadas fábricas de fundo de quintal. São moveleiros, serralheiros, marceneiros, entre outros segmentos que iniciam uma atividade capaz de transformar produtos e vendê-los.

 

Em Cuiabá as pequenas indústrias são encontradas principalmente nos bairros mais afastados do centro comercial, onde os terrenos são maiores e há mais espaço para estruturar a pequena fábrica. O trabalho nas indústrias, assim como de qualquer segmento, exige dedicação, emprenho, qualificação e uma boa gestão para dar certo. É o que explica a diretora do Sebrae em Mato Grosso, Leide Garcia Novaes Katayama. De acordo com a especialista, parte destes empreendedores é formada por profissionais que depois de deterem o domínio da técnica resolvem partir para o próprio negócio. "Pesquisas revelam que o brasileiro tem o espírito empreendedor latente e que as oportunidades que surgem são aproveitadas para que se tornem um empresário. Diferentemente, por exemplo, do Japão, onde o ideal profissional é ser funcionário", afirma Leide ao comentar que por isso também, muitos têm receio na hora de investir porque desconhecem o mundo dos negócios.

 

Medo esse que serve como uma espécie de controle para o empresário Sebastião Rodrigues de Oliveira, 44, que há 8 está à frente de uma indústria de ursos de pelúcia. Após um período trabalhando com o irmão, Sebastião resolveu assumir os negócios e aos poucos comprou a empresa. Atualmente, a fábrica de ursos produz uma média de 600 peças por semana e tem um giro de R$ 30 mil por mês. "Concilio a fabricação com as vendas, mesmo assim às vezes sobra parte do que é produzido. Ainda bem que temos uma clientela fidelizada e crescente". Porém, ampliar a produção é um desafio para Sebastião pelo medo de se arriscar. "Para crescer precisaria de crédito e os bancos fazem muitas exigências, pedem garantias como a casa própria, o que nos desencoraja".

 

Leide Katayama diz que é preciso um acompanhamento por parte dos bancos ou dos órgãos que financiam as pequenas empresas para evitar que o investimento seja aplicado de forma errada. "Não adianta liberar o crédito e não fazer um planejamento junto aos empresários porque senão haverá erros e consequentemente inadimplência".

 

O planejamento, citado por Leide, não se restringe aos investimentos. O empresário Concélio Ribeiro Júnior sabe bem disso e não perde tempo quando é preciso se atualizar. Dono de uma fábrica de cadeiras, estofados a partir de fibra sintética e de uma serralheria, a Detaliz, Júnior iniciou o trabalho há 6 anos e de lá para cá tem conquistado muito espaço no mercado. Sua fábrica, que ainda está no quintal, tem um rendimento mensal que varia entre R$ 30 mil e R$ 40 mil e hoje conta com 12 funcionários diretos, sem contar os terceirizados.

 

Entre 20 empresas do mesmo segmento da Detaliz, a fábrica e loja ocupam hoje o quarto lugar no mercado regional e possui uma filial no interior do Estado. "Quando vim para Mato Grosso, há 20 anos, não imaginava tudo isso. Trabalhei muito e resolvi me dedicar totalmente à minha empresa", diz Júnior ao comentar que desde o início deste ano iniciou uma reestruturação, com a adesão ao Simples Nacional e o registro de seus colaboradores. Além disso, o empresário participa de feiras e cursos do segmento para se manter por dentro das tendências.

 

Método esse que garantiu a Jandir Milan o sucesso de sua fábrica de móveis, que iniciou há 30 anos em um terreno de 200 metros quadrados com apenas 2 funcionários. Hoje, sua fábrica é toda automatizada, possui 200 colaboradores em um terreno de 12 mil metros quadrados no Distrito Industrial de Cuiabá. "O sucesso empresarial é o resultado de muita persistência, organização e constante atualização".

 

A diretora do Sebrae, Leide Katayama, afirma que as grandes empresas de hoje começaram pequenas e que isso tem que ser levado em consideração pelos líderes de governo. "É preciso apoiar essas iniciativas, criar leis para garantir a formalidade e orientar. Os pequenos de agora podem ser os grandes de amanhã". Segundo ela não adianta incentivar a instalação apenas de grandes grupos, porque o mercado regional também gera empregos e movimenta a economia.Veja mais no www.gazetadigital.com.br

 
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